sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Luta de Classes - texto Primeiro Ano - Sociologia

Luta de classes  é uma expressão que tem origem no trabalho do filósofo, economista, sociólogo, historiador, jornalista e revolucionário socialista alemão Karl Marx, frequentemente citada como uma característica de seu pensamento.
Marx busca com este termo definir o confronto entre duas classes distintas, a burguesia, e o proletariado, que atuariam como classes antagônicas em meio ao modo de produção capitalista. Pretendendo caracterizar não apenas uma visão econômica da história, mas também uma visão histórica da economia, a teoria marxista também procura explicar a evolução das relações econômicas nas sociedades humanas ao longo do processo histórico. O caráter antagônico das relações de produção e distribuição origina interesses contraditórios que se manifestam na luta de classes, quer entre as próprias classes dominantes, aristocracia e burguesia, quer entre estas classes e os produtores individuais ou os trabalhadores. Este antagonismo assume, por vezes, a forma de conflitos violentos.
Para Marx os trabalhadores estariam influenciados pela ideologia da classe dominante, ou seja, as idéias que eles têm do mundo e da sociedade seriam as mesmas idéias que a burguesia divulga. O capitalismo seria atingido por crises econômicas porque ele se tornou o impedimento para o desenvolvimento das forças produtivas. A sociedade ficaria cada vez mais inerte e decadente à medida em que boa parte da população aplica seu trabalho em projeto de uns poucos empresários. A economia do futuro que associaria todos os homens e povos do planeta, só poderia ser uma produção controlada por todos os homens e povos. Desse modo à medida em que as mais distantes partes do mundo vão interagindo, o mundo se unifica cada vez mais economicamente, e mais ele necessita de um modelo como o socialismo, que tem por objetivo teórico prover benefícios a todos.
Não basta existir uma crise econômica para que haja uma revolução. O que é decisivo são as ações das classes sociais  que em todas as sociedades em que a propriedade é privada existem lutas de classes senhores contra escravos, nobres feudais em oposição a servos, burgueses em face de proletariados. A luta do proletariado do capitalismo não deveria se limitar à luta dos sindicatos por melhores salário e condições de vida. Ela deveria também ser a luta ideológica para que o socialismo fosse conhecido pelos trabalhadores e assumido como luta política pela tomada do poder. Neste campo, o proletariado deveria contar com uma arma fundamental, o partido político, o partido político revolucionário que tivesse uma estrutura democrática e que buscasse educar os trabalhadores e levá-los a se organizar para tomar o poder por meio de uma revolução socialista.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Grécia - Antigos gregos deram origem à democracia e à civilização ocidental.

A importância de se conhecer a Grécia da Antiguidade (que se desenvolveu entre 2000 a.C. e 500 a.C.) é que a herança de sua cultura atravessou os séculos, chegando até os nossos dias. Foram influências no campo da filosofia, das artes plásticas, da arquitetura, do teatro, enfim, de muitas ideias e conceitos que deram origem às atuais ciências humanas, exatas e biológicas.

No entanto, não podemos confundir a Antiguidade grega com o país Grécia que existe hoje. Os gregos atuais não são descendentes diretos desses povos que começaram a se organizar a mais de quatro mil anos atrás. Muita coisa se passou entre um período e outro e aqueles gregos antigos perderam-se na mistura com outros povos. Depois, a Grécia antiga não formava uma nação única, mas era composta de várias cidades, que tinham suas próprias organizações sociais, políticas e econômicas.

Apesar dessas diferenças, os gregos tinham uma só língua, que, mesmo com seus dialetos, podia ser entendida pelos povos das várias regiões que formavam a Grécia. Esses povos tinham também a mesma crença religiosa e compartilhavam diversos valores culturais. Assim, os festivais de teatro e os campeonatos esportivos, por exemplo, conseguiam reunir pessoas de diferentes lugares da Hélade, como se chama o conjunto dos diversos povos gregos.


Cidades-Estados
Essa Grécia de 4.000 anos atrás era formada por ilhas, uma península e parte do continente europeu. Compunha-se de várias cidades, com seus Estados próprios, que eram chamadas de cidades-Estados. Essas cidades localizavam-se ao sul da Europa, nas ilhas entre os mares Egeu e Jônio. Algumas das cidades gregas de maior destaque na Antiguidade foram Atenas, Esparta, Corinto e Tebas.

Essas cidades comercializavam e ao mesmo tempo guerreavam entre si. As guerras eram motivadas pelo controle da região e para se conseguir escravos, os prisioneiros de guerra, que moviam grande parte da economia daquelas sociedades.

Afora os escravos e os pequenos proprietários, havia os cidadãos propriamente ditos, naturais da cidade e proprietários de terras, que tinham direitos políticos e podiam se dedicar a atividades artísticas, intelectuais, guerreiras e esportivas. Isso indica que as pessoas com mais prestígio e propriedade cuidavam exclusivamente do aprimoramento do corpo e da mente. Os mais pobres e os escravos eram quem movimentava a economia, fazendo o trabalho braçal, considerado, então, como algo desprezível.


Influência de Creta, Egito e Fenícia
Esses diversos povos gregos organizaram-se e ganharam força por volta do ano 2.000 a.C. A cultura grega tornou-se tão importante porque foi a síntese, o resumo, de diversas outras culturas da Antiguidade, dos povos que viveram na África e no Oriente Médio. Assim, os gregos conheceram os cretenses, que eram excelentes navegadores. Tiveram contato com os egípcios, famosos nos nossos dias pelo complexo domínio de conhecimentos técnicos que possuíam e por sua organização social.

Por fim, a influência dos fenícios também foi muito importante na cultura grega. Os fenícios foram o povo, naquela parte do planeta, que havia inventado o alfabeto cerca de 1.000 anos a.C. Esse alfabeto foi aperfeiçoado pelos gregos, que por sua vez deu origem ao alfabeto latino, inventado pelos romanos. Como se sabe, a língua portuguesa, que nós falamos, tem origem latina.

Todo esse processo demonstra como ocorreram frequentes intercâmbios entre os povos ao longo da história da humanidade, embora muitos conhecimentos e invenções tenham se perdido ou deixado de fazer sentido quando essas civilizações desapareceram.


Sociedade espartana
As cidades-Estados sobre as quais sobreviveram mais informações são Atenas e Esparta. Essas sociedades eram, aliás, bem diferentes e frequentemente lutaram uma contra a outra. A sociedade espartana era considerada rígida (nos dias de hoje, quando queremos dizer que alguma coisa ou pessoa é muito cheia de regras, fechada, dizemos que é "espartana"). Em Esparta, os homens viviam para a vida militar.

Eles só podiam casar depois de terem sido educados pelo Estado, em acampamentos coletivos, onde viviam dos 12 até os 30 anos. Para o governo, existiam os conselhos de velhos, que controlavam a sociedade e definiam as leis. As mulheres espartanas cuidavam da casa e tinham também uma vida pública: administravam o comércio na ausência dos homens.


Atenas e a democracia
Já Atenas, que foi considerada o exemplo mais refinado da cultura grega, teve seu apogeu cultural e político no século 5 a.C. Na sociedade ateniense, diferentemente de Esparta, as decisões políticas não estava nas mãos de um conselho, mas sim no governo da maioria, a democracia. Dentro desse sistema, todos os cidadãos podiam representar a si mesmos (não precisavam eleger ninguém) e decidir os destinos da cidade. Ao mesmo tempo em que Atenas abria o espaço para os cidadãos, reservava menor espaço para as mulheres do que na sociedade espartana. Em Atenas, as mulheres, assim como os escravos, não eram consideradas cidadãs.


Os jogos olímpicos
De tempos em tempos, as civilizações que surgiram após os gregos - inclusive a nossa - voltam seus olhos para essa cultura tão antiga, chegando mesmo a retomar alguns de seus costumes. Assim aconteceu, por exemplo, com os Jogos Olímpicos. Essa atividade ganhou importância no mundo ocidental na primeira metade do século 20, como uma forma de celebrar pacificamente a rivalidade entre os países que se confrontaram em duas Guerras Mundiais. Na verdade, as Olimpíadas foram reinventadas no final do século 19, ou seja, mais de 2.000 anos depois de terem sido extintas.

Na Grécia Antiga, os jogos olímpicos eram um ritual de homenagem a Zeus (o deus máximo de uma religião com muitos deuses). Esses jogos realizavam-se na cidade de Olímpia e envolviam todas as cidades-Estados da Hélade em várias competições de atletismo. Dentre as modalidades de esporte que se praticavam havia a corrida, a luta livre, o arremesso de discos, salto e lançamento de dardos. Os vencedores voltavam às suas cidades com uma coroa de folhas de oliveira e um imenso prestígio.


Os macedônios e a cultura helenística
No entanto, após o esplendor de Atenas no século 5 a.C., as cidades-Estados gregas foram perdendo seu poder e acabaram conquistadas e unificadas pelos macedônios, no século 4 a. C. Sob o domínio de Alexandre, o Grande, a cultura grega se expandiu territorialmente, indo do Egito à Índia, num processo em que simultaneamente influenciava e sofria influências. Essa cultura que correu mundo, tendo como raiz a tradição grega, foi chamada de cultura helenística.

Por fim, no século 1 a.C., foi a vez dos romanos chegarem à Grécia antiga, conquistando-a. Ainda que Roma tenha incorporado a maior parte dos valores gregos, inaugurando a cultura greco-romana, os povos gregos da Antiguidade não conseguiram mais obter sua autonomia política e assim foram, ao longo dos séculos, desaparecendo.

domingo, 7 de abril de 2013

Material para a Aula sobre A REVOLUÇÃO RUSSA


Abaixo, lemos dois parágrafos do primeiro capítulo adaptados do livro de Karl Marx e Friedrich Engels, “O Manifesto Comunista“. Acompanhe o texto e responda às duas questões que se seguem.
“A história de todas as sociedades que existiram até nossos dias tem sido a história das lutas das classes. Homem livre e escravo, patrício e plebeu, senhor e servo, mestre de corporação e oficial, numa palavra, opressores e oprimidos, em constante confronto, têm vivido numa guerra ininterrupta, ora franca, ora disfarçada, uma guerra que terminou sempre, ou por uma transformação revolucionária da sociedade inteira, ou pela destruição das suas classes em luta.
Nas primeiras épocas históricas, verificamos quase por toda parte, uma completa divisão da sociedade em classes distintas, uma escala graduada de condições sociais. Na Roma antiga encontramos patrícios, cavaleiros, plebeus, escravos; na Idade Média, senhores feudais, vassalos, mestres, oficiais e servos, e, em cada uma destas classes, gradações especiais”. (ENGELS; MARX, 1999, 1ª Ed. 1848, p. 8)
1. O que você entende por classe social? E por qual motivo você imagina que os seres humanos, para os autores, ao longo da história, sempre se organizaram em classes e sempre se confrontaram?
2. Quais foram as classes sociais que se confrontaram durante a Revolução Russa?
O jornalista estadunidense John Silas Reed foi testemunha ocular da Revolução de outubro de 1917. Seu livro “Dez dias que abalaram o mundo“, publicado em 1919, transformou-se em importante documento para o estudo desse fenômeno histórico. A seguir, leia trecho da obra, que cita vários discursos da Frente Revolucionária, e responda às três questões a seguir.
“Sábado, 10 de novembro.
“Cidadãos! O Comitê Militar Revolucionário declara que não permitirá a menor perturbação da ordem revolucionária. Os roubos, os atos de banditismo, os ataques a mão armada e as tentativas de pogroms serãoseveramente reprimidos. “Seguindo o exemplo da Comuna de Paris, o comitê eliminará sem piedade os ladrões e os provocadores de desordens.”
“A TODOS OS SOVIETES DE BAIRRO DE DEPUTADOS OPERÁRIOS E A TODOS OS COMITÊS DE FÁBRICA,
ORDEM
“Os bandos kornilovistas de Kerenski ameaçam as proximidades da 
capital. Já foram expedidas ordens para que essa intentona contrarevolucionária, dirigida contra o povo e suas conquistas, seja esmagada sem a menor piedade. “O Exército e a Guarda Vermelha estão prontos para defender os operários.
“Ordenamos a todos os sovietes de bairro e aos comitês de fábrica :
“1. Que enviem o maior número possível de operários para abrir trincheiras, levantar barricadas e colocar arames farpados. 2. Que, se for necessário, o trabalho seja imediatamente interrompido em todas as fábricas.3. Que se reúna imediatamente todo o arame comum ou farpado disponível, assim como todas as ferramentas necessárias para construir trincheiras e levantar barricadas. “4. Armar os operários com todas as armas disponíveis. “5. Observar a mais rigorosa disciplina e estar a postos para apoiar por todos os meios o Exército da revolução.
“O presidente do Soviete de Deputados Operários e Soldados, comissário 
do povo: Leon Trótski
“O presidente do Comitê Militar Revolucionário,
comandante-em-chefe do distrito: N. Podvóiski.”
3. Em um parágrafo, comente sobre o outro movimento de caráter revolucionário ao qual o texto se refere.
4. Como pensava o Comitê Militar Revolucionário quanto à ordem pública, momentos antes da revolução? Por que essa postura?
5. A Revolução Russa teve início enquanto ocorria a Primeira Guerra Mundial, e foi o motivo para a Rússia abandonar a Tríplice Entente. Diferencie os objetivos dos dois conflitos.
REFERÊNCIAS:
BOULOS Júnior, Alfredo. História – Sociedade e Cidadania, 9º ano. São Paulo: FTD, 2009.
ENGELS, Friedrich; MARX, Karl. O manifesto comunista. 9. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1999, p. 8.
REED, John. Dez dias que abalaram o mundo. São Paulo: Cia das Letras, 2010.

Material para a Aula sobre A REVOLUÇÃO RUSSA


Abaixo, lemos dois parágrafos do primeiro capítulo adaptados do livro de Karl Marx e Friedrich Engels, “O Manifesto Comunista“. Acompanhe o texto e responda às duas questões que se seguem.
“A história de todas as sociedades que existiram até nossos dias tem sido a história das lutas das classes. Homem livre e escravo, patrício e plebeu, senhor e servo, mestre de corporação e oficial, numa palavra, opressores e oprimidos, em constante confronto, têm vivido numa guerra ininterrupta, ora franca, ora disfarçada, uma guerra que terminou sempre, ou por uma transformação revolucionária da sociedade inteira, ou pela destruição das suas classes em luta.
Nas primeiras épocas históricas, verificamos quase por toda parte, uma completa divisão da sociedade em classes distintas, uma escala graduada de condições sociais. Na Roma antiga encontramos patrícios, cavaleiros, plebeus, escravos; na Idade Média, senhores feudais, vassalos, mestres, oficiais e servos, e, em cada uma destas classes, gradações especiais”. (ENGELS; MARX, 1999, 1ª Ed. 1848, p. 8)
1. O que você entende por classe social? E por qual motivo você imagina que os seres humanos, para os autores, ao longo da história, sempre se organizaram em classes e sempre se confrontaram?
2. Quais foram as classes sociais que se confrontaram durante a Revolução Russa?
O jornalista estadunidense John Silas Reed foi testemunha ocular da Revolução de outubro de 1917. Seu livro “Dez dias que abalaram o mundo“, publicado em 1919, transformou-se em importante documento para o estudo desse fenômeno histórico. A seguir, leia trecho da obra, que cita vários discursos da Frente Revolucionária, e responda às três questões a seguir.
“Sábado, 10 de novembro.
“Cidadãos! O Comitê Militar Revolucionário declara que não permitirá a menor perturbação da ordem revolucionária. Os roubos, os atos de banditismo, os ataques a mão armada e as tentativas de pogroms serãoseveramente reprimidos. “Seguindo o exemplo da Comuna de Paris, o comitê eliminará sem piedade os ladrões e os provocadores de desordens.”
“A TODOS OS SOVIETES DE BAIRRO DE DEPUTADOS OPERÁRIOS E A TODOS OS COMITÊS DE FÁBRICA,
ORDEM
“Os bandos kornilovistas de Kerenski ameaçam as proximidades da 
capital. Já foram expedidas ordens para que essa intentona contrarevolucionária, dirigida contra o povo e suas conquistas, seja esmagada sem a menor piedade. “O Exército e a Guarda Vermelha estão prontos para defender os operários.
“Ordenamos a todos os sovietes de bairro e aos comitês de fábrica :
“1. Que enviem o maior número possível de operários para abrir trincheiras, levantar barricadas e colocar arames farpados. 2. Que, se for necessário, o trabalho seja imediatamente interrompido em todas as fábricas.3. Que se reúna imediatamente todo o arame comum ou farpado disponível, assim como todas as ferramentas necessárias para construir trincheiras e levantar barricadas. “4. Armar os operários com todas as armas disponíveis. “5. Observar a mais rigorosa disciplina e estar a postos para apoiar por todos os meios o Exército da revolução.
“O presidente do Soviete de Deputados Operários e Soldados, comissário 
do povo: Leon Trótski
“O presidente do Comitê Militar Revolucionário,
comandante-em-chefe do distrito: N. Podvóiski.”
3. Em um parágrafo, comente sobre o outro movimento de caráter revolucionário ao qual o texto se refere.
4. Como pensava o Comitê Militar Revolucionário quanto à ordem pública, momentos antes da revolução? Por que essa postura?
5. A Revolução Russa teve início enquanto ocorria a Primeira Guerra Mundial, e foi o motivo para a Rússia abandonar a Tríplice Entente. Diferencie os objetivos dos dois conflitos.
REFERÊNCIAS:
BOULOS Júnior, Alfredo. História – Sociedade e Cidadania, 9º ano. São Paulo: FTD, 2009.
ENGELS, Friedrich; MARX, Karl. O manifesto comunista. 9. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1999, p. 8.
REED, John. Dez dias que abalaram o mundo. São Paulo: Cia das Letras, 2010.